Texto enviado por Paulo Ernani Bergamo dos Santos (colega de especialização sobre VDCA)
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Nossa São Paulo na Câmara
A série de palestras sobre violência contra crianças promovida nesta segunda-feira (18/5), na Câmara Municipal de São Paulo, terminou com a apresentação de uma proposta de projeto de lei que visa detectar e prevenir casos de agressões a bebês. A sugestão, de autoria do advogado Paulo Ernani Bergamo dos Santos, prevê a interconexão da rede hospitalar e ambulatorial e a constituição de um banco de dados sobre as crianças atendidas, que possa ser acessado em tempo real.
Nossa São Paulo na Câmara
A série de palestras sobre violência contra crianças promovida nesta segunda-feira (18/5), na Câmara Municipal de São Paulo, terminou com a apresentação de uma proposta de projeto de lei que visa detectar e prevenir casos de agressões a bebês. A sugestão, de autoria do advogado Paulo Ernani Bergamo dos Santos, prevê a interconexão da rede hospitalar e ambulatorial e a constituição de um banco de dados sobre as crianças atendidas, que possa ser acessado em tempo real.
Segundo o autor, que é consultou da Comissão de Fiscalização da Qualidade do Serviço Público da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), grande parte dos abusos contra bebês é cometida por integrantes da família. “Os pais agridem uma vez e levam a criança a um determinado hospital. Agridem novamente e a levam a outro”, relata.
Como o pai ou a mãe agressora raramente assumem a responsabilidade pela violência, preferindo mentir, dizendo que a criança caiu do berço ou da escada, por exemplo, a interconexão entre os equipamentos de saúde teria uma importância fundamental. Permitiria ao médico ou atendente, em caso de suspeita de violência, verificar se o bebê já passou por outros atendimentos semelhantes. “Isso possibilitaria a identificação dessas agressões recorrentes antes que a criança morra [em um novo espancamento]”, acredita Santos.
O advogado acrescenta que a proposta prevê ainda a elaboração de uma cartilha com informações para que os médicos possam identificar esse tipo de violência e saber o modo de proceder, tanto no aspecto médico, como no aspecto jurídico.
Ele defende também que policiais, delegados e conselheiros tutelares sejam mais bem preparados para enfrentar o problema. “Como você vai mandar uma criança abusada para uma delegacia que não tem preparo para cuidar do assunto?”, questiona, para responder em seguida: “Seria outro abuso”.
Santos informou, ao final da exposição, que até aquele momento nenhum vereador havia encampado a proposta - batizada pelo autor de Projeto de Combate à SIBE (Síndrome do Bebê Espancado) - e se comprometido a encaminhá-la dentro Legislativo paulistano.
Dados apresentados durante o evento, que abordou o tema “Violência contra crianças: a sociedade pode acabar com isso”, revelam que entre 400 mil e um milhão de crianças de até quatro anos são espancadas por ano no Brasil. Cerca de 40 mil delas são atendidas em estado grave e quatro mil morrem.
As palestras realizadas na Câmara Municipal foram promovidas pelo vereador Quito Formiga (PR) e integravam as atividades do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória à menina Aracelli, assassinada em 18 de maio de 1973, em Vitória, no Espírito Santo. Ela tinha oito anos quando foi raptada, drogada, violentada e, já morta, teve o corpo carbonizado por um grupo de jovens da classe média alta daquela cidade. Apesar da natureza hedionda, ninguém foi punido pelo crime, que chocou o país.
REPORTAGEM: AIRTON GOES http://br.mc570.mail.yahoo.com/mc/compose?to=airton@isps.org.br
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2 comentários:
É impressionante como as coisas demoram para acontecer neste país. Esse projeto existe a muito tempo, mas parece que nossos politicos não tem interesse de resolver um grande problemas que a impotencia da idade da vitima não pode manifestar-se em defesa propria. A interligação entre hospitais deveria abranger todo o sistema de saúde, seja privada ou publica, pois é muito grande o numero de crianças que chegam aos PS vítimas de mascarados acidentes domésticos. Esse número vem crescedo em uma proporção assustadora em instituições privadas. Com a interligação no atendimento isso não será sanado mas terá um impacto muito grande, consequentemente a diminuição dos casos. Seria um pontapé inicial no combate a vdca, sairiamos do bla bla bla nos papeis e colocariamos algo que realmente traria resultados. Luciane Lima
Olá Luciane,
Concordo com tudo o que comentou. É sabido que os casos se ampliam no âmbito da saúde, mas ainda é uma realidade a sua sub-notificação.
Propostas como essa devem ser levadas a cabo para que as intervenções necessárias aconteçam a tempo de minimizar os danos que a VDCA lamentavelmente causa.
Abraço,
Sando
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